
Elas eram elas.
Humana e canina. Mas, a simbiose cotidiana as tornou parecidas.
Anacronicamente parecidas. Ritmadas.
Necessárias. Uma da outra.
Assim, se uma andava, a outra seguia. Se uma latia, a outra falava.
Quando fome, comiam. Quando sono, ambas dormiam.
Uma sincronia vital para a harmonia doméstica...
E quando ela chorava sua cachorra a lambia. Lambia feridas em forma de lágrimas.
(pintura de Pablo Picasso, 1881-1973)