segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Brasil de Muitos

(pintura de Candido Portinari, 1903-1962)


Sou do Brasil de muitos.

Meu país é de Buarque, de Meireles, de Veríssimo, de Drummond.
Meu país é com patativas, colibris, beija-flor.
Meu país é das Marias, dos Joãos, das Raimundas e Antônios.

Meu país é poesia, ritmo, samba, chorinho e bossa-nova.

É país da enxada
suor no rosto
calos na mão.
Meu país é de sorrisos, de soluços,
de dunas e cachoeiras.

Meu país criança é da
experiência
sobrevivência
é fortaleza.

Já esse país de mensalões é de poucos...

E no jogo de cintura, eu vejo meu Brasil

no acordar cedo
da correria do trabalho,
no voltar cansado
suado.

no contar moedas para o pão e cafezinho
e nas noites insones sem dinheiro.

Vejo esse Brasil de muitos

na cachaça com limão,
no espetinho de gato
com cerveja gelada
e samba improvisado.

É na morena que rebola
no banho de mar com chuva
e principalmente no gingar.

(...)

Insisto
e vejo assim o meu país.

Senão, o desgosto é grande.





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